Problemas também com o Mogno Africano plantado no Brasil

O Mogno Africano também tem seus problemas no cultivo, conforme postado por Fabricio Angelo em seu Blog: http://midiaemeioambiente.blogspot.com/2010/08/pragas-controladas-sem-impacto.html

Na citação exata sobre o Mogno Africano desse link acima, ele escreve:

“(…) Resistência dos produtores

O INCT de Controle Biorracional de Insetos Pragas também está colaborando com a eliminação de uma doença que atinge o mogno africano (Khaya ivorensis). Essa espécie fornecedora de madeira foi importada com o intuito de substituir o mogno brasileiro (Swietenia macrophylla), alvo da lagarta da mariposa Hypsipyla grandela.
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Entretanto, embora resistente à mariposa, o mogno africano começou a ser alvo de um fungo que atinge o seu tronco e o deforma, inutilizando a parte comercialmente mais valiosa da planta. O trabalho conjunto com a Ceplac do Pará objetiva encontrar uma solução para o problema.

A pesquisa foca ainda em diversos tipos de lagartas que atacam lavouras. Estão em testes substâncias naturais que inibem o desenvolvimento de suas larvas ou que produzam insetos incapazes de atingir uma plantação.

Embora ambientalmente mais saudável, o controle biorracional de pragas enfrenta um grande obstáculo para sua aplicação: a resistência dos produtores rurais.

“Esse é o maior obstáculo, não apenas no Brasil, mas em diversos outros países. Muitos produtores consideram mais fácil a aplicação de inseticidas e a eliminação completa do inseto causador do problema, ainda que ele seja importante para outras plantas e culturas”, lamentou Maria de Fátima.
INCT de Controle Biorracional de Insetos Pragas: http://www.cbip.ufscar.br “.
Bem interessante também o ponto de vista sobre os insetos que tanto desejamos matar,(chamamos de pragas), mas que tem papéis importantes na natureza… É necessário bastante cuidado ao realizar nossos projetos para fazer sempre a coisa certa, tentando atrapalhar pouco a natureza.
Abraço a todos!

Tomate entre as espécies de árvores e crescimento das mudas!

E foi Tomate mesmo o escolhido para ser plantado, inicialmente, entre o Mogno Brasileiro, Guanandi e Cedro Australiano. Será um teste inicial.

Eu e Gustavo tínhamos pensando em várias possibilidades de plantio há algum tempo atrás, mas Gabriel já chegou querendo plantar Tomate mesmo entre as espécies de árvores plantadas. E já chegou também trazendo sementes de uns Tomates que ele anda trabalhando na tese de Doutorado dele de Lavras (UFLA-MG) sobre melhoramento genético.

 


Os pés de tomate já estão ótimos e com uma evolução muito boa. Não tem um pingo de remédio sobre eles, ou seja, é ficar maduro e comer sem problemas! Se essa idéia vingar mesmo, iremos pensar na venda para lojas de produtos orgânicos aqui de Belo Horizonte… Mas isso são apenas idéias (ainda).

Abaixo segue algumas fotos do plantio de Tomate entre o Mogno Brasileiro. Esse verde mais intenso, rasteiro, é capim querendo se animar com as últimas chuvas. Teremos que fazer manutenção disso, se necessário:

Plantio de Tomate entre as espécies de árvores.

Gabriel estaquiou o plantio de Tomate com bambú:

Tomates e Mogno Brasileiro

Daqui alguns dias devemos já colher alguns tomates. Assim que isso acontecer, informamos sobre a qualidade deles. Se alguma praga acometer também, comento aqui no Blog num próximo artigo.

Enquanto isso, as espécies de árvores estão crescendo muito bem. Dêem uma olhada no maior exemplar que temos no nosso plantio:

Altura do nosso maior pé de Mogno Brasileiro até então...

Eu tenho uns 1,75m de altura. Esse Mogno Brasileiro aí está com seus 1,65m (contando com o tempo de muda no saquinho, tem no total 1 ano e 3 meses aproximadamente). O crescimento está bom. Tirei outras fotos que ilustram melhor o incremento de madeira que anda tendo (caule ainda bem novo, claro), mas que já demonstra bem a evolução. Se visualizarem aí alguns artigos anteriores perceberão que o incremento está ótimo!

Caule um pouco mais grosso que a mangueira de gotejamento agora.

Irei demonstrar no próximo artigo como estão boas as ponteiras das mudas plantadas. Por enquanto (graças a Deus) nenhum sinal de pragas que possam vir a atrapalhar nossos cronogramas.

Caso mudemos de idéia sobre o que plantar entre as espécies de árvores também, informamos a vocês aqui e explicamos o porquê de escolhermos outra opção.

Abraço a todos e obrigado pelos e-mails que temos recebido de elogios. Nosso trabalho é feito com a ajuda de todos, por isso não deixem de contribuir também com o relato de vocês!

E o espaço que tem entre as mudas?

 

Esse final de semana (08/08/2009) eu e Gustavo vistoriamos o sistema de irrigação novamente (sempre que vamos a fazenda fazemos isso). Gabriel já havia feito há algumas semanas atrás e inclusive substituiu algumas mudas.

Gustavo também viu algumas mudas ruins e já substituimos. Isso tem acontencido principalmente com as de mogno brasileiro. Não por serem frágeis, mas pelo sistema de irrigação algumas vezes ficar um pouco fora do lugar e pingar uns 30 cm fora da planta justamente onde o mogno brasileiro foi plantado.

 


Como já dissemos, a mangueira do gotejo parece se mexer e acomodar a medida que o tempo vai passando (sol, pressão interna da água etc) e isso acaba tirando-as da posição correta… mas vamos corrigindo isso sempre até acertar. Isso não tem prejudicado boa parte não…só acontece com algumas mudas (principalmente as últimas que foram plantadas………)

Mas, nesse artigo, gostaria de falar sobre o que a gente poderia já pensar em plantar entre os corredores de mudas. A pergunta então é essa que está no título: “E o espaço que tem entre as mudas”, ou seja, e os corredores?

Como já mostrado anteriormente, é fácil perceber o espaço reservado entre os mudas. Já estávamos pensando em cultivar algo entre os corredores de mudas…mas o que seria? Até deixar o próprio capim crescer para gado poderia ser uma idéia (depois das árvores crescerem, claro!). Mas qual seria a mais viável?

Andando pelo plantio, veja só o que acho, junto a uma muda de guanandi:

Em um primeiro olhar vocês podem dizer: “meu filho, isso é mato…arranca isso porque está sufocando seu guanandi!” Mas que nada, sô. Tá crescendo aí é um pé de tomatinho do bão.

Então já veio a cabeça: por que não plantar desse tomate daqui um tempo? Ou deixar esse braquiária aí crescer para o gado? Ou as duas coisas ao mesmo tempo.

Eu e Gustavo ficamos discutindo a respeito das possibilidades e o que seria mercado consumidor interessante para vários tipos de plantios diferente no meio daquelas mudas de árvores grandes.

Bom…ao final ficamos com muitas idéias e os tomatinhos que viram aí foram surrupiados do pé e foram para nossos pratos no almoço.

Ha, para dizer que não mostrei uma muda em desenvolvimento, abaixo segue um pé de cedro australiano crescendo a todo vapor:

Bom…essa foi nossa prosa do final de semana… Apesar de muito caminho a trilhar ainda, já estamos pensando nesse espaço vazio existente entre os corredores de mudas. É importante sempre pensarmos na vialização do que temos com inteligência e respeitando a natureza. Ao final, todos saem no lucro.

Abraço a todos e boa semana!

Terreno arado e gradiado: finalizando os detalhes antes do plantio

Os dois últimos finais de semana foram bastante evolutivos.

Nesse tipo de projeto não tem jeito: é preciso esperar boa parte do tempo sem fazer nada, praticamente, só olhando para as mudas e pedido para Deus ajudar. A gente faz algumas adubações foliares de vez enquando, mas não é um trabalho tão difícil e também não se vê grande evolução no projeto como um todo nesse tipo de serviço (apesar das folhas ficarem verdinhas e a planta mais vigorosa!)

 


Então, agora é hora de mãos a obra mais uma vez (última vez que ralamos pra caramba foi quando plantamos) e fazer a coisa certa para que a qualidade das mudas obtidas dê continuidade na terra preparada. Uma série de recursos também foram preparados para que as mudas não sofram com a falta de água, mesmo que na nossa região (Jequitibá-MG) não tenha tanta falta de chuva.

Bom, baseado naquilo que foi comentado no último artigo, mostramos aqui o que foi implementado finalmente no projeto. Detalhe importante: a área que será plantada teve alterações nas dimensões. Agora, a área do terreno acaba exatamente na linha onde foi feito o reservatório formando assim uma área retangular. Isso dará a possibilidade para o plantio de 625 mudas (100m x 100m em espaçamentos de 4m x 4m). Veja como ficou o terreno já arado e gradiado (2 vezes).

Fazer esse reservatório foi uma novela. Primeiro, esperamos por trator 2 vezes em 2 finais de semana diferentes. Uma retro-escavadeira de Baldim, cidade próxima a Jequitibá e uma pá carregadeira de Jequitibá (essa foi a pior, porque o cara enrolou mesmo e não deu a mínima satisfação). Ao final, o que já tínhamos planejado no início foi feito: 4 pessoas juntaram de 6:20 da manhã até 18 horas, com 1 hora de almoço num sábado e furaram o reservatório. Tiveram sorte: não encontraram cascalho em momento algum nem raízes maiores.

O reservatório tem as seguintes medidas: 4 m de comprimento, 2,5 m de profundidade e 2 m largura. São 20 m3 de água, ou seja, 20.000 litros de água. Uma lona de piscicultura de 12m x 8m foi comprada para forrar o reservatório. Para cobrir, sombrite 5m x 4m.

Reservatório Coberto com Sombrite

O sistema de irrigação tem uma adutora principal e 25 secundárias. Nas secundárias ficam os aspersores fixados que irrigam as mudas, num raio pequeno. São 25 mudas por linhas. Essa linhas secundárias são alimentadas por uma principal, que sai da bomba. A bomba puxa a água do cano azul, mostrado na figura acima. Essa bomba tem 1cv e pode ter opção de instalação automatizada, mas não optamos por essa automatização. (não é cara!). Para encher o tanque, as 2 carneiras hidráulicas mostradas no artigo anterior trabalham.

Veja como ficou a instalação da bomba, ao lado do reservatório:

Bomba instalada

Fizemos uma casinha bacana para a bomba, para protegê-la de chuva. Percebam a adutora principal saindo da bomba. Ela alimenta as secundárias.

A lista de componentes para montar a irrigação foi a seguinte:

  • Sucção (R$161,00)
  1. Válvula de pé de 2″;
  2. Adaptador de Mangote de 2″;
  3. Abraçadeira de 2″;
  4. Mangote de 2″;
  5. Adaptador Excêntrico 1″x2″.
  • Unidade de bombeamento (R$984,50)
  1. Motobomba Schneider BC 91 SK 1,0 cv;
  2. Chave de partida 1,0 cv;
  3. Bicha de redução 3/4″ x 1″;
  4. Curva com bujão 3/4″ x 1″;
  5. Registro de esfera 1″;
  6. Niple 1″;
  7. União 1″;
  8. Adaptador 32 mm x 1″;
  9. Curva 90º 32mm;
  10. Adaptador 32mm x 1″(QJ);
  11. Tampão 32mm (QJ);
  12. Filtro.
  • Adutoras (R$ 2.071,75)
  1. Tubo PEMD 32mm;
  2. Conectot inicial 13mm;
  3. Fim de linha 13mm;
  4. Tubo PELBD 13mm;
  5. Botão gotejador;
  6. Fertirrigação.

O valor total da compra para a irrigação (negociado a vista) foi de R$ 3.217,25. Orçamento e compra feito em Lavras-MG. Essa configuração é para uma área média de 10.000 metros quadrados.

Instalamos 5 adutoras secundárias ainda no último domingo, mas estávamos muito cansados então não acabamos de instalar as 20 restantes. Deixamos esse serviço para o Dinho, nosso empregado, finalizar nessa semana.

No próximo final de semana, esperamos ver as adutoras prontas. Feito isso e testado o sistema de irrigação, plantamos as mudas!

Mostramos os detalhes disso na próxima semana.

Abraço a todos e qualquer dúvida, fiquem a vontade para perguntar.

Resultado do remédio de formiga no terreno

O remédio fez sua parte! O trem funciona bem, mas o gasto para se eliminar em todo o terreno, principalmente em áreas maiores, claro, acaba não sendo pouco não. Mas é necessário!

Mas foi importante essa fase. Conversando com Gabriel, meu irmão formado em agronomia, ele me disse que essas formigas em quantidade realizam o trabalho igual de vacas no pasto, comendo. É isso aí. Eliminar essas formigas da região pode inclusive ajudar em pastos próximos a área de plantio e o braquiária até sobra mais para o gado.

 


Tinha formigueio lá que, guardadas as proporções, devem ser como São Paulo debaixo da terra. Formiga é um bicho extremamente organizado e eficiente.

Mas foram eliminadas. Comem demais e não fazem parte do nosso plantio.

Como aplicamos o remédio quando não chovia, tivemos êxito, ou seja, formicidas granulados atuam bem quando não há chuvas. A calda que também pode ser usada pode ser aplicada em tempos de pouca chuva, mas não sei se é efetiva quanto o granulado.

Bom… vamos passar o trator em no máximo 1 mês para realizarmos o plantio. Estou doido pra chegar essa hora! Estou indo na fazenda nesse próximo final de semana e vou tirar fotos das mudas, área onde iremos plantar e da estrutura que temos para fazer a irrigação (bombeamento por carneiras hidráulicas).

De ante mão parabenizo a todos nós. O Blog Mogno Brasileiro a cada dia “está bombando” mais e mais. A turma está participando bastante e estamos nos auto-ajudando. Muito legal!

Abraço a todos e até lá!

Jogando remédio no terreno para eliminar as formigas cortadeiras

Escolhemos o remédio e aplicamos em boa parte do terreno para matar as formigas cortadeiras. Elas são muitas, viu. Nu!

O remédio escolhido foi o Mirex e similares, ou seja, aqueles granulados que se joga a isca no olho dos formigueiros.

A coisa é incrível: os caras que desenvolveram esses remédios tiveram a capacidade de colocar essência de laranjeira neles, ou seja, as formigas muitas vezes largam o que estão carregando para poder pegar a isca! É coisa de maluco! Funciona mesmo!

Aplicamos o remédio num dia inteiro em que realmente não teve chuva, como já foi sugerido pelos nossos leitores! Com essa aplicação feita, agora é esperar para ver os resultados. Os formigueiros que jogamos são enormes. Colocamos quantidades grandes nos olhos deles.

É importante notar que não se pode jogar as iscas diretamente dentro dos olhos dos formigueiros, correndo assim risco das formigas retirarem o produto de dentro. Tem que colocar na frente do olho do formigueiro.

Identifiquem como olhos dos formigueiros as entradas as quais se percebe o maior tráfego de formigas. Nesses pontos coloquem uma quantidade generosa do produto. Façam o mesmo, proporcionalmente, para os olhos menores.

Se perceberem que existem vários formigueiros na região a ser tratada e vocês tiverem trabalhando com várias pessoas na distribuição do remédio, talvez seja interessante ir marcando os formigueiros que já se tratou, para que futuramente se perceba os resultados e saibamos que ali já foi tratado. No futuro, um formigueiro não marcado pode ser indício de um novo formigueiro não identificado ali até então, por exemplo.

Caso marquem os formigueiros com o plástico do remédio, por exemplo, é necessário ficar atento para esse ir para a pastagem (se for o caso) e animais comerem! Fixem bem o objeto de marcação para que não solte e não fique tão a mostra para animais de criação.

Marcar os formigueiros é apenas uma idéia para terrenos maiores. Nem sempre isso é necessário, claro.

Bom… agora é esperar para ver o resultado… Conto para vocês como ficou assim que voltar novamente no terreno.

Abraço a todos e uma ótima semana.

Operação Mata Formigas

A partir de agora começaremos com uma nova série: Operação Mata Formigas.

Primeiro, focamos na produção das mudas em nosso viveiro. Conseguimos produzir, depois de errar e acertar, bastante mudas de mogno brasileiro, teca, guanandi e cedro australiano. Estamos com uma quantidade muito boa e estamos as mantendo com adubações constantes. Estão com ótima aparência e qualidade, reforçadas pelas chuvas que vem caindo ultimamente também.

Agora é hora de começar a pensar no preparo do terreno. E a fase I é matar formiga!

Estamos decidindo se utilizaremos formicidas a base de iscas, como o Mirex, por exemplo, ou algum outro feito como “calda”. (Esses links que sugeri da isca e da calda são meramente ilustrativos. Estamos esconhendo ainda qual usar, dentre as várias marcas existentes no mercado!)

Ambos atuam de forma diferente e têm resultados bastante satisfatórios.

Enquanto tomamos essa decisão e compramos os produtos para atacar as formigas cortadeiras (que já analisamos o terreno está cheio delas, com vários fomigueiros maiores que um carro!), esperamos também dicas dos nossos acompanhantes aí do Blog sobre como atuar melhor com esse grande problema.

Contamos com ajuda de todos com sugestões e em breve mostro nossas fotos atuando no terreno para matar as danadas!

Abraços e Feliz 2009 a todos!

Cubagem das toras de Mogno

Ao se plantar uma árvore como o Mogno, Cedro Australiano ou qualquer outra que seja, tentamos sempre pensar no ponto de vista da preservação e, claro, no ponto de vista lucrativo. Plantamos essas espécies pois sabemos que é necessário a caminhada para a legalidade.

Para se falar de ajuda na preservação, realizamos o plantio e reflorestamos, dando a opção àqueles que querem comprar Mogno Brasileiro realizar a negociação de forma legal. Mas para calcular o lucro que podemos ser ter com uma área de reflorestamento, é necessário o cálculo de cubagem.

Meu artigo dessa semana se refere então a uma explicação um pouco mais minuciosa que encontrei nas minhas andanças pela Internet, a busca de bons materiais sobre o assunto. É um conjunto de slides do IBAMA, escrito por GERSON HENRIQUE STERNADT.

Baixe o arquivo em PDF: CUBAGEM DE TORAS DE MOGNO – COMPARAÇÃO DO PROCESSO DO IBAMA E O ADOTADO POR MADEIREIRAS

Caso prefira um arquivo com índice e podendo ser impresso, baixe o arquivo em DOC: PROCESSOS DE CUBAGEM DE TORAS DE MOGNO (impressao)

Para quem não sabe, o Brasil é um 3 países liberados para comercialização do Mogno! (IBAMA).

Abraço a todos e tenham uma ótima semana.

Comentários e observações do nosso plantio de Mogno Brasileiro

Fui a fazenda novamente nesse final de semana passada. Inclusive, estou devendo as fotos mais detalhadas do viveiro e do mogno brasileiro nascendo mas como esqueci a máquina em Belo Horizonte e tirei fotos do celular da minha namorada, assim que as conseguir (e não estão lá essas coisas) eu posto aqui. Ainda haverá boas fotos da atual situação no viveiro, prometo.

Diante das evoluções que tivemos, desde o plantio correto ao nascimento das primeiras sementes, alguns pontos importantes podem ser citados.

Creio que o primeiro ponto está relacionado a constituição dos componentes para formar o substrato. É necessário conhecer bem das quantidade de NPK (nitrogêncio, fósforo e potássio) a serem adicionadas a terra e esterco para suprir corretamente o que o Mogno Brasileiro necessita na germinação e desenvolvimento das sementes. Quando se compra um adubo de NPK 20-10-20, por exemplo, os números estão relacionados a proporção que cada componente químico terá no composto. Basicamente, cada componente químico atua numa parte da árvore e no seu desenvolvimento (melhoria das raízes, caule, copa, etc). A terra em si precisa ser boa qualidade, retirada de uma profundidade um pouco maior, livre de sementes de “mato” que ficam mais próximas a superfície do solo. Se tiver dúvidas, faça uma análise de solo. O esterco também precisa ser de ótima qualidade, não é só pensar nos adubos.

Segundo ponto importante é a inserção das sementes no substrato dos saquinhos, efetivando o plantio. Gabriel conversou com uma aluna de doutorado de Lavras-MG, que estuda árvores nativas. Ela disse que as sementes de Mogno precisam ser plantadas SEM A CASCA que as envolvem e que geralmente as acompanham quando compramos no quilo, por exemplo. Essa casca tem o papel natural de proteção e auxílio na disseminação da semente. Além disso, ela atua como uma espécie de “esponja” pois retem a água quando encharcada, mantendo a umida na semente em período de breve falta de chuva, por exemplo. Mas, por certo, essa casca age como uma barreira física na germinação. Para “facilitar a vida da semente” e agilizar a germinação do mogno brasileiro, é interessante sim retirar a casca.




Terceiro ponto importante envolve sol e água. O sol precisa ser incidente ao máximo possível na planta, sem dó. Inicialmente nas mudas e dentro do viveiro, o sombrite de 30% atua como redutor da intensidade dos raios solares. Se o sol é fundalmental, óbvio, água também. Mas cuidado. Nada de excessos pois umidade demasiada também pode vir a acarretar problemas na semente. A sugestão é 2 vezes ao dia: manhã e final do dia, sem exageros na quantidade. Mantenha as mudas longe do solo (caso seja chão de terra no viveiro). Cascalhar o terreno e/ou colocá-las em bancadas é uma saída para evitar o contato direto com o chão do viveiro. Como sugestão a esse ponto, sugiro a leitura breve e muito interessante sobre COMPORTAMENTO ECOFISIOLÓGICO DO MOGNO de autoria de VANDERSON TELLES FERNANDES (Acadêmico de Engenharia Florestal, DS – IF – UFRRJ) orientado por RICARDO DA SILVA PEREIRA (Mestre, Profº Adjunto, DS – IF – UFRRJ).

Sugiro no quarto ponto importante, como uma análise pessoal, o carinho. Carinho mesmo…olhos de dono, para ver o que está havendo, se todas as sementes foram plantadas do jeito que você aprendeu e leu a respeito. Quem quer bem feito acompanha do início ao fim para não amargar prejuízos com resultados indesejados. Na pior das hipóteses, se você acompanhou e orientou errado, você mesmo será o responsável e mais importante: evoluirá com o erro, não fazendo de novo. Então, acompanhe tudo desde o início.

Fica aí para essa semana algumas dicas que notamos sobre nosso plantio até então.

Não deixem de comentar e nos passar suas experiências também… O blog é público e a interação mútua é que deixa a coisa bacana. Nos corrijam no que estivermos errado. Será um prazer aprender ainda mais.

Abraço a todos e até a próxima semana.

Modificações na qualidade nutricional da planta provocadas pelo uso de adubos químicos e agrotóxicos

AROLT, Moacir Roberto
Engenheiro Agrônomo, Doutor em Meio Ambiente, Pesquisador do Instituto Agronômico do Paraná (IAPAR), Ponta Grossa, C.Postal 129, CEP 84001-970, Fone/Fax: (42) 229-2829. E-mail: darolt@pr.gov.br

Trabalho publicado em 06/04/2001

As modificações provocadas pelo uso de adubos químicos e agrotóxicos podem causar desequilíbrios na qualidade nutricional dos alimentos e sobre a saúde humana. Por isso, as plantas tratadas com agrotóxico tornam-se desequilibradas, diminuindo a produção de proteínas ou aumentando a degradação dessas substâncias. Como funciona esse processo? Por que a praga e o fungo respeitam uma planta sadia? Qual a relação entre equilíbrio metabólico da planta e resistência ao ataque de pragas e doenças? Uma planta desequilibrada pode influenciar na saúde humana ? Isso é o que pretendemos discutir neste artigo.

Um dos pesquisadores pioneiros neste tipo de estudo foi o francês Francis CHABOUSSOU (1999), que desenvolveu uma teoria, conhecida como a Teoria da Trofobiose. A palavra Trofo quer dizer alimento e Biose quer dizer existência de vida, assim Trofobiose quer dizer que todo e qualquer ser vivo só sobrevive se houver alimento adequado à disposição dele.

Essa teoria mostra que a suscetibilidade da planta ao ataque de pragas e doenças é uma questão de nutrição ou de intoxicação. Ou seja, uma planta bem alimentada e saudável, apresenta uma composição equilibrada, formando uma estrutura compacta que dificilmente será atacada por pragas e doenças. Entretanto, a proliferação e a intensidade do ataque de pragas (insetos, ácaros e nematóides) e doenças (fungos, bactérias e vírus) estão diretamente relacionadas com o estado nutricional das plantas. Assim, a planta fica suscetível ao ataque de pragas e doenças quando tiver na sua seiva, exatamente o alimento que eles precisam. Este alimento é constituído principalmente por aminoácidos e açúcares solúveis (Figura 1).

Quando inibe-se o processo de proteossíntese, que é a formação de proteínas a partir de aminoácidos, acabam predominando no tecido vegetal os aminoácidos e açúcares solúveis. Neste caso, predomina a proteólise, que é a formação de aminoácidos livres a partir da decomposição das proteínas. Vale lembrar que os agrotóxicos e adubos químicos favorecem a proteólise e inibem a proteossíntese. Em outras palavras, tornam as plantas mais suscetíveis às pragas e doenças, como mostra a seqüência da Figura 1. Por outro lado, a adubação orgânica e o manejo ecológico preconizados na agricultura orgânica tendem a favorecer a formação de proteínas completas (proteossíntese), tornando as plantas mais resistentes e nutricionalmente mais equilibradas.

FIGURA 1 – PROCESSOS QUE OCORREM NO INTERIOR DE UMA PLANTA SADIA E DE UMA PLANTA DESEQUILIBRADA (Teoria da Trofobiose)

Image 1

DESENHOS: Extraídos de GUAZELLI & SCHIMITZ (1996).

DESENHOS: Extraídos de GUAZELLI & SCHIMITZ (1996).

É interessante observar também que quanto maior o teor de açúcar na planta ou no fruto, maior será sua concentração de minerais, e quanto maior a concentração equilibrada de minerais, melhor será a qualidade da proteína. Minerais em desequilíbrio entre si revelam ausência de vitaminas e presença de proteínas pobres, de baixo valor nutritivo. E, assim, como plantas e frutos nesse estado são suscetíveis ao ataque de pragas e doenças, uma vez ingeridos, não irão contribuir para manter a saúde do consumidor.

Saúde: Um Estado de Equilíbrio

Para o consumidor também é necessário ter em mente o princípio do equilíbrio. Desde que abandonou a vida primitiva, o homem vem modificando intensamente o ambiente em que vive, especialmente sua alimentação (Tabela 1), introduzindo desde substâncias tóxicas a alimentos quimicamente estranhos e até mesmo impróprios à sua espécie. Tudo com a finalidade de melhorar o sabor, a aparência e a capacidade de conservação dos alimentos. Segundo PRETTI (2000), foram mudanças realizadas paulatinamente, porém sem a consciência de que tais atitudes poderiam ser nocivas à saúde.

TABELA 1 – PADRÃO DIETÉTICO DO HOMEM PRIMITIVO x HOMEM MODERNO.

HOMEM PRIMITIVO HOMEM MODERNO
Alimentos integrais Excesso de alimentos refinados
Alimentos ricos em fibras Alimentos pobres em fibras
Alimentos ricos em nutrientes Alimentos empobrecidos em nutrientes
Alimentos ricos em energia vital Alimentos pobres em energia vital
Alimentos consumidos crus Alimentos na maioria processados
pelo calor
Menor teor de gordura saturada Alto teor de gordura saturada
Ausência da adição de açúcar e sódio Excesso de açúcar e sódio
Ausência de fermentos e antibióticos Excesso de fermentos e antibióticos
Ausência de agrotóxicos e aditivos químicos Excesso de agrotóxico e aditivos químicos

FONTE: PRETTI (2000)Por isso, a importância de comer alimentos equilibrados, pois saúde é o resultado de um estado de equilíbrio. Como dizia Hipócrates “que o teu alimento seja o teu remédio e que teu remédio seja o teu alimento”.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

CHABOUSSOU, F. Plantas doentes pelo uso de agrotóxicos: a teroria da trofobiose. Trad. Maria José Guazzelli. 2. ed. Porto Alegre: L&PM, 1999. 272 p.

GUAZELLI, M. J. & SCHIMITZ, R. Teoria da Trofobiose. Apostila de agricultura ecológica. Centro de Agricultura Ecológica de Ipê – RS e Fundação Gaia. 1996.

PRETTI, F. Valor nutricêutico das hortaliças. Horticultura brasileira., v. 18, 2000, Suplemento Julho. p. 16-20.