Fizemos o projeto. Constituiu basicamente em reunir varias informações já existentes na literatura e adaptar para o Mogno. Calculamos a parte nutricional para a futura muda e as manutenções com adubações foliares da muda ainda no viveiro. Para isso é fundamental o conhecimento da “Lei dos mínimos (link para um arquivo PDF)” que aprendemos nas disciplinas de Fertilidade dos solos dentre outros conceitos de Nutrição vegetal.
É indispensável o uso de macro e micro nutrientes para a formação de uma boa muda mantendo a muda bem vigorosa. A “teoria da Trofobiose” que aprendemos em cursos ou disciplinas de Agricultura Orgânica nos explica muito bem a importância de uma planta bem nutrida. Depois do projeto já feito, semeamos aproximadamente 1400 sementes no último final de semana.
O Gustavo e o Guilherme já havia enchido mais de 60% dos saquinhos. O restante eu passei a ajudá-los com mais 2 colegas nossos. As costas doíam um pouco. Mas o prazer de ver o viveiro a cada minuto sendo preenchido com os saquinhos era um estimulante para gente e fazia esquecer um pouco da dor. Nós não perdíamos tempo. Durante as tarefas já era traçado novos objetivos.
Durante o semeio a gente conversava sobre as sementes do Mogno. Ela possui uma estrutura talvez definida como pericarpo. “Essa estrutura parece ser uma defesa natural da espécie utilizada como um artifício para perpetuação da mesma”. Essa foi a primeira idéia que o Guilherme mencionou. Essa estrutura poderia fazer a semente boiar e com isso se dispersar a longas distancias via enxurradas após fortes chuvas, água de rios, córregos etc. Concordei com ele e além disso completei dizendo que poderia servir também como uma camada protetora e armazenadora de umidade, mantendo a semente sempre com umidade constante permitindo um maior sucesso na germinação. Mas isso também poderia ser um ambiente favorável para desenvolver fungos. Bom, com isso pensamos em retirar o que chamamos de pericarpo e deixar apenas os tecidos de reserva e o embrião. Nossa teoria é que sem a estrutura seria uma barreira a menos para emissão do eixo embrionário e com isso as sementes poderiam germinar mais precocemente que as outras sementes que não retiramos a estrutura e também evitar a atuação de fungos oportunistas na estrutura esponjosa e na semente diminuindo a viabilidade das sementes.
Dai surgiram mais idéias. Separamos 10 sacolinhas para avaliar a germinação. Os tratamentos foram; sementes sem a estrutura deixadas de molho na água, sementes com a estrutura deixadas de molho na água. Para avaliar qual substrato será mais eficiente destinamos algumas sacolinhas com 2 formulações de substrato diferentes. Para comprovar e ter um padrão, separamos 5 sacolinhas somente com terra e esterco para compor o substrato.
Estamos ansiosos para ver as futuras mudas começarem a emergir do solo. A germinação inicia entre 15 – 20 dias. O Dinho está firme lá. Fazendo 2 irrigações diárias. Estamos formando um grupo bem entrosado. Esperamos contribuir essa energia para a natureza produzindo muitas mudas e futuras árvores.
Abraço!