Sugestão de leitura – Reflorestamento de Propriedades Rurais para fins Produtivos e Ambientais

Tenho acompanhado bastante as dúvidas de vocês e tenho visto a turma interagindo, tornando nosso Blog um organismo vivo, como deve ser! Parabéns a todos por essa sinergia e que todos nós obtenhamos sucesso.

Mas para ter sucesso, precisamos aprimorar a técnica e nos informar. Eu, como já sabem, sou formado em Ciência da Computação, tenho irmãos na área agrícola/ambiental que tocam a fazenda, mas estou sempre tentamos me manter informado sobre Reflorestamento. Ficar vendo meus dois irmãos conversando termos técnicos na minha frente e ficar “sobrando que nem jiló na janta”, não é comigo…




É por isso que gostaria de indicar um livro a todos. Apesar dos autores desse livro falarem sobre várias espécies e não focarem no Mogno Brasileiro, creio que tem muita informação importante. Nos últimos capítulos, por exemplo, eles falam sobre Poupança Verde e citam exemplos interessantes com Pinus e Eucalipto, mostrando a diferença de apenas plantar e vender a tora bruta ou beneficiá-la, já cortando as lâminas/pranchas. Comparam isso em termos de ganho para essas espécies e mostram comparativos com rendimento de poupança, por exemplo. Achei muito interessante. Estou terminando de ler:

Reflorestamento de Propriedades Rurais para fins Produtivos e Ambientais Reflorestamento de Propriedades Rurais para fins Produtivos e Ambientais – EMBRAPA.

O preço dele baixou ainda mais, R$ 16,80 + frete. Vale a pena: http://vendasliv.sct.embrapa.br/liv4/consultaProduto.do?metodo=detalhar&codigoProduto=00065490

Não citei os autores aí acima porque são vários. Parabéns a todos eles! Espero que gostem da dica.

Abraço a todos e continuem conosco!

Instrução Normativa nº 3, de 8 de setembro de 2009.

Dever de casa de quem quer fazer reflorestamento com fins lucrativos: ler isso aí até decorar tudo que for importante: INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 3, DE 8 DE SETEMBRO DE 2009

Vamos comentando juntos sobre essa Instrução nesse tópico para depois termos uma referência na internet de como deve ser feito. Os advogados/reflorestadores fiquem a vontade para comentar aquilo que parecer difícil de entender.

Abraço a todos!




Cubagem das toras de Mogno

Ao se plantar uma árvore como o Mogno, Cedro Australiano ou qualquer outra que seja, tentamos sempre pensar no ponto de vista da preservação e, claro, no ponto de vista lucrativo. Plantamos essas espécies pois sabemos que é necessário a caminhada para a legalidade.

Para se falar de ajuda na preservação, realizamos o plantio e reflorestamos, dando a opção àqueles que querem comprar Mogno Brasileiro realizar a negociação de forma legal. Mas para calcular o lucro que podemos ser ter com uma área de reflorestamento, é necessário o cálculo de cubagem.

Meu artigo dessa semana se refere então a uma explicação um pouco mais minuciosa que encontrei nas minhas andanças pela Internet, a busca de bons materiais sobre o assunto. É um conjunto de slides do IBAMA, escrito por GERSON HENRIQUE STERNADT.

Baixe o arquivo em PDF: CUBAGEM DE TORAS DE MOGNO – COMPARAÇÃO DO PROCESSO DO IBAMA E O ADOTADO POR MADEIREIRAS

Caso prefira um arquivo com índice e podendo ser impresso, baixe o arquivo em DOC: PROCESSOS DE CUBAGEM DE TORAS DE MOGNO (impressao)

Para quem não sabe, o Brasil é um 3 países liberados para comercialização do Mogno! (IBAMA).

Abraço a todos e tenham uma ótima semana.

Modificações na qualidade nutricional da planta provocadas pelo uso de adubos químicos e agrotóxicos

AROLT, Moacir Roberto
Engenheiro Agrônomo, Doutor em Meio Ambiente, Pesquisador do Instituto Agronômico do Paraná (IAPAR), Ponta Grossa, C.Postal 129, CEP 84001-970, Fone/Fax: (42) 229-2829. E-mail: darolt@pr.gov.br

Trabalho publicado em 06/04/2001

As modificações provocadas pelo uso de adubos químicos e agrotóxicos podem causar desequilíbrios na qualidade nutricional dos alimentos e sobre a saúde humana. Por isso, as plantas tratadas com agrotóxico tornam-se desequilibradas, diminuindo a produção de proteínas ou aumentando a degradação dessas substâncias. Como funciona esse processo? Por que a praga e o fungo respeitam uma planta sadia? Qual a relação entre equilíbrio metabólico da planta e resistência ao ataque de pragas e doenças? Uma planta desequilibrada pode influenciar na saúde humana ? Isso é o que pretendemos discutir neste artigo.

Um dos pesquisadores pioneiros neste tipo de estudo foi o francês Francis CHABOUSSOU (1999), que desenvolveu uma teoria, conhecida como a Teoria da Trofobiose. A palavra Trofo quer dizer alimento e Biose quer dizer existência de vida, assim Trofobiose quer dizer que todo e qualquer ser vivo só sobrevive se houver alimento adequado à disposição dele.

Essa teoria mostra que a suscetibilidade da planta ao ataque de pragas e doenças é uma questão de nutrição ou de intoxicação. Ou seja, uma planta bem alimentada e saudável, apresenta uma composição equilibrada, formando uma estrutura compacta que dificilmente será atacada por pragas e doenças. Entretanto, a proliferação e a intensidade do ataque de pragas (insetos, ácaros e nematóides) e doenças (fungos, bactérias e vírus) estão diretamente relacionadas com o estado nutricional das plantas. Assim, a planta fica suscetível ao ataque de pragas e doenças quando tiver na sua seiva, exatamente o alimento que eles precisam. Este alimento é constituído principalmente por aminoácidos e açúcares solúveis (Figura 1).

Quando inibe-se o processo de proteossíntese, que é a formação de proteínas a partir de aminoácidos, acabam predominando no tecido vegetal os aminoácidos e açúcares solúveis. Neste caso, predomina a proteólise, que é a formação de aminoácidos livres a partir da decomposição das proteínas. Vale lembrar que os agrotóxicos e adubos químicos favorecem a proteólise e inibem a proteossíntese. Em outras palavras, tornam as plantas mais suscetíveis às pragas e doenças, como mostra a seqüência da Figura 1. Por outro lado, a adubação orgânica e o manejo ecológico preconizados na agricultura orgânica tendem a favorecer a formação de proteínas completas (proteossíntese), tornando as plantas mais resistentes e nutricionalmente mais equilibradas.

FIGURA 1 – PROCESSOS QUE OCORREM NO INTERIOR DE UMA PLANTA SADIA E DE UMA PLANTA DESEQUILIBRADA (Teoria da Trofobiose)

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DESENHOS: Extraídos de GUAZELLI & SCHIMITZ (1996).

DESENHOS: Extraídos de GUAZELLI & SCHIMITZ (1996).

É interessante observar também que quanto maior o teor de açúcar na planta ou no fruto, maior será sua concentração de minerais, e quanto maior a concentração equilibrada de minerais, melhor será a qualidade da proteína. Minerais em desequilíbrio entre si revelam ausência de vitaminas e presença de proteínas pobres, de baixo valor nutritivo. E, assim, como plantas e frutos nesse estado são suscetíveis ao ataque de pragas e doenças, uma vez ingeridos, não irão contribuir para manter a saúde do consumidor.

Saúde: Um Estado de Equilíbrio

Para o consumidor também é necessário ter em mente o princípio do equilíbrio. Desde que abandonou a vida primitiva, o homem vem modificando intensamente o ambiente em que vive, especialmente sua alimentação (Tabela 1), introduzindo desde substâncias tóxicas a alimentos quimicamente estranhos e até mesmo impróprios à sua espécie. Tudo com a finalidade de melhorar o sabor, a aparência e a capacidade de conservação dos alimentos. Segundo PRETTI (2000), foram mudanças realizadas paulatinamente, porém sem a consciência de que tais atitudes poderiam ser nocivas à saúde.

TABELA 1 – PADRÃO DIETÉTICO DO HOMEM PRIMITIVO x HOMEM MODERNO.

HOMEM PRIMITIVO HOMEM MODERNO
Alimentos integrais Excesso de alimentos refinados
Alimentos ricos em fibras Alimentos pobres em fibras
Alimentos ricos em nutrientes Alimentos empobrecidos em nutrientes
Alimentos ricos em energia vital Alimentos pobres em energia vital
Alimentos consumidos crus Alimentos na maioria processados
pelo calor
Menor teor de gordura saturada Alto teor de gordura saturada
Ausência da adição de açúcar e sódio Excesso de açúcar e sódio
Ausência de fermentos e antibióticos Excesso de fermentos e antibióticos
Ausência de agrotóxicos e aditivos químicos Excesso de agrotóxico e aditivos químicos

FONTE: PRETTI (2000)Por isso, a importância de comer alimentos equilibrados, pois saúde é o resultado de um estado de equilíbrio. Como dizia Hipócrates “que o teu alimento seja o teu remédio e que teu remédio seja o teu alimento”.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

CHABOUSSOU, F. Plantas doentes pelo uso de agrotóxicos: a teroria da trofobiose. Trad. Maria José Guazzelli. 2. ed. Porto Alegre: L&PM, 1999. 272 p.

GUAZELLI, M. J. & SCHIMITZ, R. Teoria da Trofobiose. Apostila de agricultura ecológica. Centro de Agricultura Ecológica de Ipê – RS e Fundação Gaia. 1996.

PRETTI, F. Valor nutricêutico das hortaliças. Horticultura brasileira., v. 18, 2000, Suplemento Julho. p. 16-20.

Principais características do Mogno

Mogno brasileiro

Swietenia macrophylla

NOME: MOGNO
N.CIENTIFICO:Swietenia macrophylla 

Nomes Populares: Aguano, Uraputanga

Altura média: 25-30 metros 

Folhagem: Compostas paripinadas, lisas, 8 a 10 folíolos de 13cm.

Flores: Insignificantes, claras

Fruto: Grande, (18 cm) com casca dura, voltado para cima. Seabre em 4 partes, liberando as sementes.

Sementes: Aladas, muito leves, 12 cm, marrom claro

Outras características:

O mogno é uma árvore da região amazônica bastante explorada e conhecida pela qualidade da madeira. Trazida para o Sudeste, se adaptou muito bem, sendo muito utilizada para arborização urbana. É uma espécie de crescimento rápido e tronco reto. Só frutificam os exemplares mais velhos, porém nestes casos, produzem muitas sementes de germinação fácil.

Madeira: Moderadamente pesada (densidade 0,63 g/cm3), dura, de resistência moderada ao apodrecimento e alta ao ataque de cupins de madeira seca e, pouco durável quando em contato com solo e umidade.


Fenologia:

Floresce em novembro-janeiro. Os frutos iniciam a maturação em setembro, prolongando-se até meados de novembro.


Obtenção de sementes:

Colher os frutos diretamente da árvore quando iniciarem a abertura espontânea. Em seguida levá-los ao sol para completar a abertura e liberação das sementes; é conveniente remover a asa para facilitar a cobertura. Um kg de semente com as asas contém cerca de 2.300 unidades. A viabilidade é muito curta à temperatura e umidades ambientes, entretanto pode ultrapassar um ano em câmara seca (30% de U.R.) à 12º centígrados.


Produção de mudas:

colocar as sementes para germinar, logo que colhidas, em canteiros ou diretamente em recipientes individuais contendo substrato organo-argiloso e mantidos em ambiente semi-sombreado; cobri-las com uma fina camada de substrato peneirado e irrigar duas vezes ao dia. A emergência ocorre em 15-20 dias e, a taxa de germinação é alta para sementes novas. O desenvolvimento das plantas no campo é rápido, podendo atingir 4 m aos 2 anos.

Mais referencias em;

ftp://ftp.inpa.gov.br/pub/documentos/sementes/iT/8_Mogno.pdf