Próximo passo – Outro viveiro com outras espécies

Inicialmente, gostaria de esclarecer o motivo pelo qual demorei um pouco a voltar a escrever aqui no Blog.

Tivemos alguns problemas no viveiro de Mogno, como já relatado no último artigo, e ficamos por conta de tentar reparar a baixa germinação nele. Plantamos novamente algumas sementes e espero que agora tudo dê certo.

Esse é o intuito sempre: fazer certo! Mas…dando errado, aprendemos com os erros e numa próxima vez faremos melhor e certo.

Tubetes avulsos

E agora é o nosso próximo passo: Iremos construir outro viveiro, mas dessa vez um pouco mais, digamos, avançado em termos de técnicas. Dessa vez, o projeto envolve um viveiro com tubetes, que servem como os sacos de terra, mas têm uma série de benefícios.

Segundo GOMES et al. (1991), nos últimos anos, mais de vinte modelos de recipientes foram testados para produção de mudas de essências florestais e, dentre esses, o que se destaca em termos de utilização são os sacos de polietileno e mais recentemente os tubetes de polietileno rígido (dibble-tube).

Tubetes na Tela

No final de semana passada, Gustavo, Gabriel e eu, mais 2 empregados, trabalhamos em cima da estrutura do novo viveiro. Ele terá capacidade para 3000 tubetes, ou seja, 3000 mudas. Já realizei novamente a compra das sementes da Sementes Caiçara.

Apesar de nosso Blog ter o nome de Mogno Brasileiro, iremos dessa vez plantar outras espécies. São elas: Jequitibá Rosa, Guanandi, Teca e Cedro Australiano.

Daremos principal ênfase, em princípio, ao plantio de Cedro Australiano no cerrado, pois temos notícia que ele se adapta bem. As outras espécies, em princípio, estão a carater um pouco experimental e, se adaptando bem as nossas técnicas, também produziremos em maior quantidade.

Exemplo de bancada

Comprei então, por volta de:

  • 4000 sementes de cedro australiano (50 gramas) a R$ 65,00;
  • 800 sementes de Teca (500 gramas) a R$ 30,00;
  • 400 sementes de Jequitibá Rosa (40 gramas) a R$ 35,60;
  • 600 sementes de Guanandi (1 kg) a R$ 100,00.

O sedex para Belo Horizonte ficou em R$ 28,60, dando um total de R$ 259,20.

Hoje as instalações básicas já devem estar prontas. Deixamos 30% pronto, no último final de semana e Dinho ficou de terminar tudo. Gustavo foi para fazenda agora pela manhã para ensinar ao Dinho como realizar o plantio.

Iremos aumentar nossa sementeira para caber o restante das sementes que não caberão nos 3000 tubetes. O projeto de semeio foi feito por Gabriel, que inclusive trouxe esses tubetes de São Paulo.

Espero que dessa vez tenhamos mais sucesso, já que estamos investindo mais na qualidade.

Assim que tivermos sementes de Mogno Brasileiro (está bem escasso no mercado, nesse momento) iremos planta-lo novamente. As sementes devem chegar ao mercado entre agosto de setembro, época onde o Mogno Brasileiro no Sudeste costuma a dar. Na Amazônia, as sementes costumam dar em Julho mesmo.

Assim que for a fazenda e ver a situação no novo viveiro, informo a todos, inclusive com fotos…

Abraços!

Problema após 2 meses do plantio do Mogno Brasileiro: baixa germinação

Completaram 2 meses após o plantio das primeiras mudas de mogno brasileiro no nosso viveiro (algo em torno de 200 mudas das 1200 totais). Estamos com um percentual de germinação extremamente baixo!!! Motivo: a maioria das sementes foram plantadas diretamente nos saquinhos de plástico e não na sementeira.

Tem ainda grande parte para nascer (1000 restantes) pois foram plantadas mais tarde. Mas estamos com medo já que a maioria delas também foi plantada diretamente nos saquinhos.




Então fica aí a dica importante: É NECESSÁRIO PLANTAR PRIMEIRO NA SEMENTEIRA, COM SOL DIRETO SOBRE ELA E IRRIGAÇÃO FREQUENTE. Sementes na sementeira com pouco sol podem apodrecer, devido ao excesso de umidade que pode ocasionar. Sementes que não recebem irrigação constante podem não germinar.

Esse foi nosso erro. A maioria não foi plantada na sementeira.

As sementes que germinaram estão perfeitas, em contrapartida. Estão crescendo rapidamente e não demonstram problema algum na sua estrutura.

Vamos comprar mais sementes e plantar novamente, agora claro, na sementeira. Nesse final de semana já iniciamos a construção dela. Ela será feita próxima aos viveiros e terá capacidade para 1000 sementes, em primeiro momento. Basicamente, ela precisa de areia e um pouco de esterco. Ao fundo, cascalho ou brita. Essa camada de areia misturada no esterco sobre a brita deverá ter algo em torno de 20 cm do solo. Para bichos não mexerem na sementeira (galinhas, etc) colocaremos uma tela em uma altura suficiênte para que não consigam alcançar a areia. Temos então uma sementeira bem rústica e de baixo custo.

A proporção areia x esterco é de 4 x 1, ou seja, para 4 carrinhos de mão de areia, 1 de esterco, por exemplo. Para as 1000 sementes, calculamos algo em torno de 10 carrinhos de mão cheios de areia.

Bom… esse é o artigo dessa semana. Ficamos tristes com a baixa germinação mas estamos cientes do erro ocorrido e já estamos providenciando o reparo no processo. O maior problema é o tempo perdido: esse não tem volta e conserto. Mas tamos nessa vida é pra aprender mesmo…
: )

Abraço a todos e até a próxima semana.

Nasceram as primeiras sementes no viveiro!

Ufa!

Algumas das sementes das primeiras mudas feitas já apontaram, germinaram. Bom demais.

Gabriel já estava pensando em fazer uma análise em laboratório da qualidade das sementes que compramos, mas vamos esperar mais um pouco. Parece que está tudo caminhando naturalmente.

A gente fica um pouco aflito mesmo. Misturamos aquela terra toda, aquele adubo todo com esterco, ensacamos e plantamos, um trabalho danado e … essas sementes não germinavam! E semana passada achei ainda algumas larvas na sementeira, o que deixou a coisa mais tensa.

Mas…germinaram!

Para tirar a dúvida do Gabriel, todavia, mandei um e-mail para o Willian da Caiçara Sementes para saber novamente sobre o percentual de germinação das sementes compradas. Ele deve responder nessa semana.

O Dinho acrescentou cascalho no chão do viveiro, conforme pedimos. O sistema de irrigação estava deixando tudo bastante lameado, não estava legal. Depois de colocar o cascalho ficou ótimo. Solicitamos que reduzisse também um pouco o tempo de irrigação. Baixamos para 10 minutos por irrigação, pois da forma como estava sendo feita, a terra estava sendo lavada demais e esse não é o objetivo. A semente plantada próxima a superfície precisa ter a sua volta os nutrientes dos adubos e esterco e ,se enchemos de água a todo o tempo, eles descem para o fundo no saquinho ou até mesmo saem pelos pequenos buracos do plástico.

São detalhes que valem a pena pensar. É necessário observar sempre, tudo a volta do ambiente do viveiro.

Fiquei de tirar fotos para mostrar como tudo está, mas consegui esquecer a máquina em BH. Semana que vem, sem falta, mostro tudo com boas fotos.

Abraços e boa semana!

Viveiro cheio!

Nosso viveiro está completo e em pleno funcionamento.

A bancada central tem capacidade 2 vezes maior que as dos cantos do viveiro, cabendo, conforme medidas já mostradas no artigo anterior, em algo em torno de 500 mudas. Então, 300 + 300 mudas das bancadas dos cantos do viveiro + 500 da bancada central, temos algo em torno de 1100 mudas em todo viveiro.

Comprei uma mangueira de 50 metros para fazer a irrigação no interior, conforme indicação do Gabriel. As mudas tem sido irrigadas 2 vezes por dia, no período da manhã e final da tarde. Foram inseridos 5 asperdores giratórios por segmento de 9 metros cortados da mangueira. Cortamos 2 segmentos desses. Casa segmento irriga 1 bancada de um dos cantos do viveiro mais metade da bancada central.

Os aspersores têm distância de 1,60 m um do outro num segmento de 9 m. Uma das pontas do segmento é fechada (Dinho fechou com um toquinho de madeira) e, obviamente, na outra ponta se conecta a mangueira com água da torceira (32 metros restantes da mangueira comprada). Os segmentos foram fixados perto das bancadas por astes de bambu, pouco acima da altura dessas bancadas. Essa altura é regulada de forma que se perceba que todas as mudas estejam recebendo os pingos d’água.

É bacana ver tudo aquilo girando e irrigando direitinho, cobrindo toda área necessária para molhar todas as mudas.

Sobraram umas 250 sementes de Mogno Brasileiro para plantar (estão na geladeira, para conservar) ainda e sobraram também uns 50 saquinhos com substrato, só esperando por semente. Esses 50 estão fora do viveiro, debaixo de um pé de Manga. São molhados 2 vezes por semana, 1 vez por dia, mesmo sem semente. Até final de Maio, claro 2008, plantamos nesse resto de saquinhos. O resto das sementes ficarão como reserva para possíveis substituições caso tenhamos alguma muda perdida.

Semana que vem mostro imagens do viveiro a todo vapor!

Abraço a todos e boa semana!

Estrutura do Viveiro está pronta!

Uma semana depois da idéia que tivemos sobre a construção do viveiro, não é que o Dinho já tinha finalizado toda a estrutura! Ele retirou a quantidade exata de bambus, sem desperdício, e conseguiu montar uma estrutura simples e de qualidade, em cima de uma antiga horta que tínhamos no local.

Gosto disso: custo benefício. Ficou um viveiro simples e de qualidade. Comprei o sombrite de 30% de proteção “na mão” do Alexandre, da Rural Ofertas. Meus irmãos, acostumados a comprar tudo em lojas físicas, morreram de rir pois comprei um sombrite pela Internet. Trabalho com desenvolvimento de sistemas web e sei identificar se o site é picareta ou não. Fiz uma ótima compra com um cara super atensioso (utiliza inclusive o MSN para informar sobre a posição do pedido). A costura do sombrite, por ser maior que os tamanhos padrões que ele costuma vender, foi feita por uma máquina especial da Rural Ofertas, ou seja, pedi um sombrite único no tamanho grande, conforme minha necessidade.

O sombrite vai demorar uns 10 dias pra chegar. Pedi no início da semana passada. Talvez sexta-feira próxima (25/04/08) eu já esteja com ele nas mãos.

Aproveitei essa rápida evolução da estrutura para pedir também as sementes de Mogno. Entrei em contato com a Caiçara Sementes e tive resposta rápida do Willian, por e-mail. Segundo o próprio Willian, a porcentagem de germinação das sementes dele é de 70% com análise feita em laboratório. Uma informação importante: 1 kg de sementes de mogno brasileiro equivalem a algo em torno de 1700 sementes, segundo ele.

Em suma: pela Internet consegui sombrite e sementes. Ambos chegam num prazo de 10 dias.

Agora é esperar. O projeto para o substrato das mudas feito por Gustavo e Gabriel já está pronto. Quando iniciarmos o plantio, eles mostrarão aqui, detalhadamente, como fazer esse pequeno projeto.

Abraço a todos!

ps: posto as fotos da estrutura com detalhes na semana que vem!

Primeira conversa sobre o viveiro

Na primeira conversa entre nós três, tentamos contabilizar o investimento necessário para começar o projeto. Estávamos realmente empolgados em ajudar o país plantando uma espécie nativa, uma vez que a ação predatória é ativa e forte. Também, sabemos que o negócio é promissor, conforme reportagem do Estado de Minas (MG).

Depois de muito se pensar e procurar na Internet, Gabriel e Gustavo conseguiram chegar em um acordo sobre qual composto químico colocar nas mudas que serão produzidas e como seria a forma do cultivo e plantio posterior.

Achamos diversos links na Internet sobre mogno. Como iremos começar nosso viveiro com o plantio dessa espécie, gostei do conteúdo do site Rio Mudas. Nesse site é possível ver de tudo um pouco a respeito de plantio de árvores, mas nesse endereço especificamente consegui visualizar melhor o que iríamos precisar para o mogno (ou pelo menos o que era necessáro se discutir). Gabriel e Gustavo conversaram e ponderaram a respeito do que esse site informa e, a partir daí, seria confeccionado por eles um projeto de plantio. Os meninos são bons nisso.

Fiquei na resposabilidade de gerenciar o Dinho (nosso empregado da fazenda) no processo de criação da estrutura do viveiro. Dinho é jeitoso pra essas coisas. Consegue arrumar tudo lá em casa. O viveiro já estava todo na cabeça dele, só de eu falar o que queria. O bambu tem na beira do nosso açude, mas é matéria prima fácil de encontrar, caso não tivéssemos na fazenda. O bambu que será utilizado é o japonês e pode ser perfeitamente aproveitado para o propósito.

Percebíamos que era necessário acumular um valor mensal para a manutenção do projeto. Através da Fernanda, mulher do Gustavo, abrimos um conta poupança no Banco do Brasil. Lá começamos a depositar R$ 200,00 por mês, cada um de nós 3. Esse dinheiro começou a ser depositado nesse mês.

Agora é esperar o projeto dos meninos…

ZZZZzzz…. (detesto esperar)

Viveiro de bambu: o pontapé inicial.

Tudo começa de um sonho e necessidade, basicamente. Sentimos que se ficarmos parados não adianta. Então vamos construir viveiros artesanais (de bambu e materiais dos mais baratos e, nem por isso, de baixa qualidade) e plantar da forma mais enxuta possível. Vamos escrever sobre nossa evolução, semanalmente.

Vale a pena ficar parado sem contribuir?

Temos certeza que não. Sabemos que o caminho é longo. Podemos fazer nossa parte ajudando a Natureza (produzindo e plantando mudas de árvores nativas) e, conseqüentemente, ajudando nossos bolsos. Vai demorar … mas… azar! A gente espera.

Como começar tudo isso? De sonho e necessidade, já foi respondido. Como colocar tudo isso na prática? Não sabemos… Mas vamos aprender e contar tudo por aqui. Tem jeito!

O importante não é quem vende mais, mas sim que preserva e repoe mais. Mesmo que a reposição seja feita para aqueles que retiraram indevidamente a madeira da natureza, seja da Amazônia ou Mata Atlântica. Vamos repor sem perguntar quem errou, quem $ganhou$. Esperamos que a venda no futuro seja apenas fruto do bom ato realizado, pois será legal.

Abraço a todos.